Development of a prolonged-release system for the association of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs)
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Resumo
A dor é uma resposta a lesões celulares causadas por danos teciduais acidentais ou intencionais. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) estão entre os medicamentos mais prescritos no mundo para o controle da dor, incluindo a dor pós-operatória. No entanto, devido à alta frequência de doses necessária durante a terapia, podem ocorrer lesões gástricas. O trometamina cetorolaco e o diclofenaco de sódio são dois AINEs amplamente utilizados para alívio da dor, atuando como agentes anti-inflamatórios e antipiréticos (especialmente o diclofenaco de sódio), mas não existem formulações combinando ambos os fármacos que ofereçam liberação prolongada. Esse modelo de liberação de fármacos é extremamente útil para reduzir o número de doses, aumentar o intervalo entre elas e garantir efeitos de longa duração. Sistemas microencapsulados são amplamente utilizados para proteger melhor o fármaco contra condições climáticas, fluidos gástricos e para garantir maior estabilidade, além de serem uma excelente ferramenta para modular a liberação do fármaco de acordo com a ação desejada e a farmacoterapia pretendida.
Assim, neste estudo, utilizando a abordagem racional mais moderna para o design de novos fármacos e avaliação de atributos críticos de qualidade, estudos multivariados, predição in silico e in vitro, foi desenvolvido um sistema de liberação controlada para a combinação de trometamina cetorolaco e diclofenaco de sódio, por meio da microencapsulação em uma matriz lipídica composta por cera de abelha e oleato de etila, utilizando o método de emulsificação induzida por resfriamento para a fase dispersa. Foram testadas diferentes concentrações de cera de abelha, oleato de etila e dos fármacos, e em experimentos com menores percentuais de oleato de etila (relação cera:fármaco de 6:1), foi possível obter um sistema lipídico sólido matricial, com maior eficiência na modulação da liberação de ambos os fármacos por até 12 horas. O conteúdo de fármaco foi quantificado, variando de 4 a 13 mg/mg para KT e de 12 a 39 mg/mg para DS, e o perfil de liberação foi analisado utilizando tampão fosfato pH 6,8 no aparelho 2 da USP. As formulações demonstraram um perfil de liberação controlada em comparação com o fármaco livre, indicando que a liberação ocorreu por modulação do sistema de matriz lipídica.
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